A sensibilidade de uma técnica espectroscópica refere-se à sua capacidade de detectar e analisar sinais de uma amostra. No caso da ressonância paramagnética eletrônica (EPR ou ESR) e da ressonância magnética nuclear (NMR), a EPR é geralmente considerada mais sensível que a RMN por vários motivos:
1. Princípio de detecção
O EPR detecta sinais de elétrons desemparelhados, enquanto o NMR detecta sinais do núcleo. Os elétrons desemparelhados normalmente têm um momento magnético maior que o núcleo, o que produz um sinal mais forte. Esta propriedade inerente aos elétrons torna o EPR mais sensível a substâncias paramagnéticas contendo elétrons desemparelhados.
2. Força do sinal
No EPR, o sinal vem de saltos entre diferentes estados de spin de elétrons desemparelhados em um campo magnético. Essas transições produzem sinais relativamente fortes porque o momento magnético do elétron é maior que o do núcleo. Em contraste, os sinais de RMN vêm de transições entre estados de energia do núcleo, que geralmente têm um momento magnético mais fraco que o do elétron. Como resultado, os sinais EPR são geralmente mais fortes e sensíveis que os sinais NMR.
3. Concentração de Espécies Paramagnéticas
Em muitas amostras, a concentração de substâncias paramagnéticas (manifestadas como elétrons desemparelhados) é geralmente menor do que a de substâncias diamagnéticas. Como o EPR é altamente sensível a elétrons desemparelhados, ele pode detectar espécies paramagnéticas e fornecer informações mesmo em concentrações muito baixas. Em contraste, a RMN é mais comumente usada para estudar substâncias diamagnéticas, que possuem spins de elétrons emparelhados e geralmente estão em concentrações mais altas.
4. Projeto do espectrômetro
Os espectrômetros EPR são projetados para serem mais sensíveis que os espectrômetros NMR, que geralmente são mais otimizados para detectar e amplificar sinais EPR relativamente fortes. Por outro lado, os espectrômetros de RMN são mais complexos e requerem técnicas mais especializadas para melhorar a sensibilidade, como média de sinal ou sondas resfriadas criogenicamente.
A sensibilidade das técnicas espectroscópicas também varia dependendo das condições experimentais específicas, do tipo de amostra em estudo e dos parâmetros instrumentais utilizados. Embora o EPR seja geralmente mais sensível que o NMR, ambas as técnicas podem fornecer informações valiosas para o estudo de diferentes aspectos da estrutura e dinâmica molecular.